2017/08/15

Os coisos que dizem coisas

A propósito de mais um destrambelhamento do José Quê dos Cantos lembrei-me de fazer aqui uma lista de «famosos», principalmente coisistas e escrevinhadores, mas não só, também terão lugar, neste alfabético top 100, alegados vigaristas, vigários, vigarinhos, vigarões, vigarominosos e outros alegados criminosos, tudo alegado e alegadamente porque vivemos numa democratadura em que quem (alegadamente) recebe do Capital  tem muito mais disponibilidade para recorrer à (in)justiça de classe (dominante).

Com o tempo vou tentar vir cá deixar as coisas que eles vão coisificando nos caneiros e pasquins onde lhes pagam tribuna.

Abominável Homem das Neves
(Cómico lunático da vigaronomia neolibertalha)
- Lunático defensor da minimização do salário mínimo, passou o quatriénio 2015-18 a anunciar o cataclismo eminente que teima em não chegar, constrói larachas em torno de sound-bytes do estilo: "a maior parte dos pensionistas não são pobres, fingem" ou "subir o salário minimo é mau para os pobres"

Camelo Bolorenço
(Coisista de serviço)
- Escrevinha umas larachas.

Clara Loireira de Bilderberg em Castalves
(Opinadeira de serviço dos bolsanamão)
- Famosa por ter varrido os tapetes numa reunião dos Bilderbergers entretém-se atualmente a anticomunizar esquizofrenicamente.

Danilinho Presença de Carvalho
(Dono Disto Tudo Por Baixo da Mesa)
- Famoso por presidir ao escritório de advogados que inter-medeia os negócios públicos, privados, públicos com privados, uns com os mesmos, com os outros, com terceiros, do mesmo ou de sexos opostos, ou todos ó molho é gamar vilanagem, ocupa atualmente um reduzido número de cargos incluindo o de supra referido sócio-presidente da Uría Menéndez - Proença de Carvalho e acumulando com presidente da Cimpor - Cimentos de Portugal, presidente da assembleia geral da Galp Energia, SGPS, da Socitrel, da Renova, da Velha, da Antiga e de mais umas quantas. Ainda arranja tempo para escrevinhar opinações onde lhe dêm tribuna.

Ganda Nóia (aka Parques Pentes)
(Vidente nos caneiros bolsanamão)
- Famoso por antecipar estatísticas do INE publicadas duas semanas antes e fazer desaparecer noticias de jornais.

Grunho Ventura
(Comentador futebolístico do Partido Grunhadal Renovador travestido de candidato autárquico do PSD)
- Grunhe.

João Merkel Taberneiro
(Cómico substituto no prime das sextas à noite)
- Cognominado "O Zarolho" pelos anteparos que lhe turvam a visão, tenta provocar riso em telespectadores desprevenidos afiambrando um ar de quem se leva a sério.

José Papel Feirantes
(Observadeiro monocular direito)
Oriundo de uma facção maoista de um partido estalinista, começou a navegação de jornaleiro na udêpista voz do povo, de onde transitou para o xuxalista Jornal, onde rumou ao público da sonae, onde fez longa carreira como porta voz corporativo. Acabou encaixotado no extremo direito do lixo desinformativo.

José Quê dos Cantos
(Pretendedor de caneiro televisivo) 
- De cognome "U Órelhas", ficou famoso por ter narrado em directo e com grande entusiasmo a invasão do Iraque. Dedica-se atualmente à mais desbragada propaganda pafista.

Leonildora (Serial Killer) Belinha
(Presidenta dos cadáveres do totta)
- Famosa por ter (alegadamente) mandado injectar nos hemofilicos o sangue contaminado que a mãe vendia no mercado, acabou posteriormente por ver caducar a acusação de que (alegadamente) o teria feito de propósito quando afinal o fez (alegadamente) porque estava distraida.

Maria Farrusca Bonifrates
(observadeira liberalha cripto achegada)
Desbronca-se de cada vez que bolsa extrumadeiras e assume a mais óbvia das verdades: "O Libelarismo nunca foi democrático" afirma ela, saindo assim do armário chegano onde se escondia e rebentando de uma penada com o castelo de cartas dos democratadores iliberalistas cá da casa.

Miguel Boulsa Taverneiro
(Ex-pai, ex-filho e ex-pirito santo)
Bolsa opinações nos caneiros bolsanamão sobre realidades imaginárias, construídas sobre nuvens negras de preconceitos anti-comunistas. Indiferente perante factos que o desmintam, malha nos sound-bytes que inventa. Numa das suas sabedoras arrancadas e em reposta a uma pergunta "Da" Cristina Ferreira esclareceu que a tecnologia blockchains, tal como o próprio nome indica é uma tecnologia que bloqueia em cadeia. Sobre a credibilidade do opinadeiro não temos nada a crescentar.

Nuno Melro
(Candidato a condutor do uber do xicão)
«Independente de direita, entre Salazar e Rolão Preto, em tamanho reduzido viu na referência ética e espiritual do ELP e MDLP, o cónego Melo, “uma personalidade com um papel ativo, à sua escala, para a implantação da República tal como hoje (2008) a vivemos”, e que, lastimoso, propôs um voto de pesar à AR, quando do passamento do explosivo clérigo. [...] Não se coibiu de afirmar que “o VOX não é um partido de extrema-direita” quando logrou obter deputados na Andaluzia com um decálogo programático fascista.»

Portocarteiro
(Opinadeiro num pasquim)
- Bolsa umas coisas monossilábicas conotadamente mononeuronais em papel de jornal, assume-se como dinossaurico da direita trauliteira mais ultramontana.

Rui Taverneiro
(Ex-bloguista, ex-eurodeputado, ex-independente, ex-toriador, ex-tudo-e-mais-alguma-coisa-e-o-seu-contrário)
- Kautskizinho nacional de pacotilha, tornou-se famoso por continuar a ocupar a cátedra euro-paralamentar dos 17 000/mês mesmo depois de cortar relações com os camaradas broquistas que lhe estenderam o tapete. Atualmente dedica-se a pedinchar umas migalhas pelas boutades que escrevinha nas tribunas que lhe dão esmola. Por vezes parece acreditar no que escreve personalizando o Paradoxo da Mediatização Forçada(1) sob a acção do Impulso "Viktor Dedaj"(2) . Também apelidado de Tavarish pelo carinho e «des-vê-los» que demonstra pela esquerda toda ... dele,

Tó Barrete (aka tó birrento)
(Presidiário de think tank neoliberal)
- Mais conhecido como coveiro da Reforma Agrária nos finais dos 70 do século passado, dedica-se a escrever obituários do PCP mais ou menos a cada 15 dias e, escorregando na baba raivosa que lhe escorre pelo canto da boca tenta reescrever a história mais ao jeito do seu genético estalinismo. Mas, ironias à parte, importa lembrar que este tem as mãos sujas com o sangue dos trabalhadores Casquinha e Caravela que lhe escorre dos dentes e ensanguenta a barba. Sobre a coisa em apreço e o seu conceito de justiça escreve aqui o Alfredo Barroso e aqui o xxx.

U Órêlhas
(Ah eh éh dintandunrámhhhtomtamlitáários he he)
- Cognome de um tijolo entre duas órêlhas que se ri, he he, das asneiras que debita e das boçalidades que escreve.(ver tbm José Quê dos Cantos)

Zabel Janada
(Profissional da caridade)
- Especialista em ensinar os pobrezinhos dela a não comerem bifes nem lavarem os dentes com a água a correr, sugeriu recentemente uns cursos de formação para os pobrezinhos dela aprenderem a gastar os 125 euros que o costa lhes devolveu.

Zé Gomes Farfalheira
(Comendador de vigaronomia nos caneiros dos bolsanamão)
- Achou mal que o balanço do comércio interno da união europeia fosse nulo! Mas, qual cereja no topo do bolo, ei-lo a declarar em video e entusiasticamente que «ao ouvir um idoso, numa conversa de café a dizer que estava tudo mal com o BES» fez questão de lhe explicar «pessoalmente que não senhor, estava tudo muito bem com o BES, o problema é com o GES, mas o BES está perfeitamente protegido» ... tudo isto 5 semanas antes da falência ... do BES. Aldrabão? Avençado? Fanático? Só ignorante? Não! Como inveterado tudólogo assume-se bipolar-negacionista-climático

(1) Impulso Viktor Dedaj - «Todo o corpo intelectual mergulhado num meio mediático amorfo sofre uma força vertical dirigida de cima para baixo, e oposta ao peso dos argumentos desenvolvidos. Esta força é designada impulso Viktor Dedaj». Wikipédia (edição 2050)

(2) O Paradoxo da Mediatização Forçada (aka Paradoxo de Viktor Dedaj) enuncia-se como uma questão do tipo "a galinha ou o ovo" através da pergunta: «É a mediatização que os torna assim ou são mediatizados por serem assim?». Obtendo da parte do filósofo uma resposta quântica de dualidade onda-partícula «Provavelmente é as duas coisas ao mesmo tempo: são autorizados a entrar no campo mediático devido à compatibilidade do seu discurso com o quadro pré-estabelecido das expressões toleradas, e a sua presença continuada provoca, por sua vez, através de uma espécie de instinto de sobrevivência no sentido de não se ver condenado a uma «morte mediática», uma conformação do seu discurso a esse quadro.» Wikipédia (edição 2050)



Voando sobre um ninho de cucos – 4 – Nuno Melo (CDS)

Na observação da ornitologia política a que me propus, antes de regressar aos pássaros de maior porte, vale a pena depenar um pardal da direita dura, Nuno Melo, que pretende substituir o atual presidente da comissão liquidatária, Francisco Rodrigues dos Santos.

O deputado profissional, em Lisboa e Bruxelas, sem possibilidade de euro-deputar, quer deputar em Lisboa, sendo obrigado a disputar a liderança do clube, o CDS, ao Chicão.

Nuno Melo é uma ave canora da capoeira da direita tesa, capturada por Cavaco, Passos Coelho e Paulo Portas, onde Cavaco era considerado um intelectual e Passos Coelho estadista. Pontificavam aí os Drs. Relvas, Marco António e Nuno Melo, quando Cavaco entrou em defunção política, Portas no mundo dos negócios, e Passos Coelho na cátedra universitária que lhe arranjou Sousa Lara, ex-censor de Saramago e futuro porta-voz do partido fascista, e a D. Cristas geria o CDS. Um bando de aves sonoras!

Nuno Melo, independente de direita, entre Salazar e Rolão Preto, em tamanho reduzido, considera o Chicão com falta de maturidade democrática, ele que viu na referência ética e espiritual do ELP e MDLP, o cónego Melo, “uma personalidade com um papel ativo, à sua escala, para a implantação da República tal como hoje (2008) a vivemos”, e que, lastimoso, propôs um voto de pesar à AR, quando do passamento do explosivo clérigo.

O antigo pajem de Paulo Portas viu aprovada contra si uma moção de censura proposta pela direção de Ribeiro e Castro. Nuno Melo voou sempre à direita do seu bando.
Este pardal ficou mudo quando o CDS foi expulso do PPE por conduta antidemocrática e quando a fotografia do fundador, Freitas do Amaral, foi retirada do Largo do Caldas, mas não se coibiu de afirmar que “o VOX não é um partido de extrema-direita” quando logrou obter deputados na Andaluzia com um decálogo programático fascista.

Santana Lopes e Nuno Melo eram os delfins quando Rui Rio, no PSD, venceu a tralha cavaquista e Francisco R. dos Santos, no CDS, foi o insólito herdeiro dos despojos da D. Cristas.

Perante as lutas intestinas da direita, inconformado por não estar mais à direita, nem ter credibilidade eleitoral, para apagar o incêndio que lavrava nas suas hostes, teve de sair dos bastidores o incendiário-mor, D. Marcelo, que agora dirige as operações contra o PS, para já, e contra toda a esquerda no futuro próximo.

Nuno Melo tem grandes hipóteses de voar, muito baixinho, que a envergadura eleitoral não lhe augura grandes alturas, e é o preferido do regente da orquestra que, ansioso, teve de fazer uma OPA amigável dos partidos da direita democrática.

Eanes tentou lançar um partido novo, a D. Marcelo bastou-lhe falar aos microfones para lhe caírem 2 no regaço. Nuno Melo é o ornamento do PSD à espera de entrar para a AR.

Começa a ser intolerável a conduta do PR em relação aos partidos de esquerda. Não lhe permite a fogosidade nem a ambição manter-se na área das suas competências e evitar a intriga e a chantagem, sobre os partidos de esquerda e sobre o eleitorado.

Para já, foi determinante na candidatura de Paulo Rangel e do irrelevante Nuno Melo, mas, enquanto patrocina as aves referidas, devia recolher as asas e as garras.

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